Ao final da década de 1950 o mundo e o Brasil viviam anos agitados por mudanças políticas, nas comunicações,

nas artes e nos esportes. A Guerra Fria, o rock de Elvis, a TV Tupi, a bossa nova de João Gilberto e Tom Jobim,

o suicídio de Getúlio Vargas, os anos dourados de Juscelino.

No futebol, o Brasil digeria o Mundial perdido em casa e assistia ao início da Era Pelé. Com ele, Garrincha, 

Nilton Santos, Didi, Vavá, Zagallo, Djalma Santos o capitão Bellini, entre outros que venceriam a Copa de 1958 

pela Seleção Brasileira. Os times do eixo Rio-São Paulo dominavam o cenário nacional.

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O ABC paulista convivia com a industrialização, com a instalação de diversas montadoras de automóveis,

recebendo pessoas de todos os lugares do país, atraídos pela oferta de emprego e pelo sonho de uma vida melhor.

Pedro de Lima, conhecido pelos amigos como Pedro “Baiano”, era um desses operários

que dividiam o tempo entre o trabalho nas fábricas e a paixão pelo futebol.

Morador do Baeta Neves, então vila de São Bernardo do Campo, frequentava o campo da “vaca morta”,

no Jardim Estela, na vizinha Santo André, onde reunia garotos das redondezas aos finais de semana

para disputadas partidas de futebol, e acalentava o sonho de fundar um novo clube.

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As primeiras conversas começaram em 1957, a sede funcionava na casa daquele que seria o primeiro presidente,

Wagner Abadio Marins, mas só em 1959 o sonho realizou-se oficialmente.

A ata de fundação (clique na imagem abaixo para ampliar) data de 10 de março.

Entre os presentes, o próprio Pedro de Lima, Wagner Marins, além de

Luiz Carlos Trebbi, secretário da reunião, João Santo, Leonardo Miranda, Claudinei Trebbi,

Valdecio Silva Araujo, João Bérgamo, José Moreira Silva, José Orfeu Marthon, Valtair de Oliveira Barbosa,

Antonio Paulani, Abilio Falcão, Ari Patrão, Helio e Luiz Grandini.

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Clubes do rival futebol carioca foram a fonte de inspiração para a escolha do nome:

Madureira, time do subúrbio de mesmo nome, vice-campeão do Rio em 1936.

Nascia o Esporte Clube Madureira, paulista de São Bernardo do Campo, da Vila Baeta Neves.

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O prefeito da época, Aldino Pinotti, cedeu o terreno onde fica o campo, na Rua Oséas de Paula Campos,

e em 1961, o clube alugou uma nova sede no 521 da rua Giacinto Tognato, com área de 50m2.

Apesar de sobreviver nos primeiros anos à custa dos bailes realizados no local,

apenas em 1976 o clube experimentou um crescimento com a construção da sede própria,

de 230m2, em terreno cedido quatro anos antes, na rua Barretos.

Só em 1977, depois de muitas dificuldades com a obra, após a falência da construtora responsável pela construção,

a sede ficou pronta e foi inaugurada com muita festa. Anos depois a sede própria com muitas histórias de brigas,

romances e muitos casamentos que começaram em seus bailes, foi requisitada pela prefeitura da cidade,

dona do terreno, que em contrapartida construiu o ginásio do clube, próximo ao campo de futebol.

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A primeira grande conquista foi o campeonato amador de 1962, de forma invicta.

O time campeão, perfilado na foto acima, tinha craques como Luiz Martins e Delícia, e Reinaldo Teixeira, o Didico,

que empresta o nome ao estádio do clube. A partir daí iniciou-se uma história de conquistas

desde as equipes de base ao time adulto com troféus que enchem as prateleiras da sede.

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O Esporte Clube Madureira tornou-se um dos mais respeitados clubes amadores de São Bernardo e do ABC,

com a escolinha de futebol mais tradicional da cidade, orgulho do clube por formar jogadores

que passaram por alguns dos principais clubes do país, incluindo seleções de base,

mas, principalmente, pelas centenas de crianças que, através do esporte, encontraram o carinho,

o cuidado e a orientação do professor Ezequiel Dias da Silva.

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No campo de terra do Madureira, crianças de 6 a 16 anos de idade aprendem os fundamentos do futebol

e também a importância dos estudos, do respeito aos pais e ao próximo, da responsabilidade e da cidadania,

uma tradição que ganhou respeito e se transformou em uma marca do clube, que muito mais que o futebol,

procura cuidar do indivíduo, sua saúde, educação e convívio familiar e com a comunidade.